sábado, 22 de novembro de 2008

(des)amor paterno


Meus olhos de criança vi quando minhas antigas fotos desfolhei… Minha cara de boneca de porcelana, paz e felicidade transmitiam, mas que coração negro transportava sem saber… Os anos foram passando, e com eles fui crescendo e meu coração negro foi aumentando… numa prisão dourada cresci, minhas asas quis abrir, mas não conseguia…
A ti quis agradar, corpo e alma meti, mas de nada adiantava, meus esforços aos teus olhos não tinham importância… Meu coração chorava em silêncio… para te agradar, gostos que não eram os meus tomei… de bonecas não quis saber, para te agradar de carros, pistolas quis saber, de tudo fiz, mas tu nada valorizavas…
Fui crescendo, a boneca que eu era desaparecera… meu quarto repleto desses mil olhos que olhavam para mim, mas nada me diziam... esses ouvidos que ouviam meus prantos mas que não me consolavam.
A ti quis agradar, mas nada de que eu fizesse te faria demonstrar orgulho de mim. De tua boca não ouvia o que queria, mas dela ouvi o que não queria… como essas palavras magoavam… e como ainda hoje ainda magoam.
Tudo o que eu faço, a tua aprovação não recebo, tudo o que faço, desprezas.
Vim ao mundo para um espaço no teu coração preencher, mas no meu coração um buraco cavaste, um buraco sem fundo, um buraco onde estou prisioneira.
A ti quis agradar, meu corpo e alma tentaram, mas de ti, não recebo palavras de reconforto. Faço de tudo, mas nada consigo.
Que fiz eu para merecer tal sina? Teu amor não me demonstras, choro no silêncio da minha infância, e tu não ouves….
Minhas lágrimas fazes cair, sorrisos não nascem num coração triste.
Que tenho eu a fazer para a ti agradar?
Meu coração de menina bate neste corpo de mulher para te agradar, para de mim, um dia, te orgulhares!

Black Angel 22-11-08

saudade


Meu coração negro
De tristeza adormeceu,
Minha ala de luto se revestiu
Para na noite entrar…
Tua voz deixara de ouvir,
Tuas palavra raras se fizeram…
Meus olhos se fecharam
E para o mundo do irreal voei…
Devagar o sol pelo meu quarto vai entrando,
E lentamente vou despertando…
Tua lembrança presa ao meu coração,
E de tristeza o meu ser se enche…
O sol me acaricia para com alegria eu acordar,
Sua mão renego…
Sua carícia não quero,
Seu beijo recuso…
Minha alma chora,
Por tua voz não ouvir…
Meu dia não começa
Antes de um bom dia teu ouvir…

Black Angel 22-11-08

ode a dor


Um punhal em minha mão branca e fria seguro… meus olhos choram por não saber o que fazer… meu peito cheio de dor está, uma dor que não consigo acalmar, minha alma grita, minha cabeça vazia está.
Olho para essa lâmina, olho para esse branco puro, para essa luz… olho o meu reflexo e apenas vejo dor nos meus olhos.
Beijo essa lâmina fria, fria como o meu coração. Lentamente meus dedos vou passando pela lâmina.
Essa sensação vai enchendo o meu ser, minhas mãos que autora estavam trémulos, agora estão decididas… não me restam duvidas mas antes de partir… quero ver… quero sentir… essa lamina em mim…
Com um ar decidido, um corte no meu braço surge… alivio… que sensação de paz… com calma e paz, vejo esse liquido de paixão sair de mim, e com ele levar todo o sofrimento que na minha alma ia… esse liquido pelo o meu corpo vai deslizando, para com um som musical no chão cair…
Vou sorrindo, minha alma esta mais leve, mas meu coração ainda sofre…
Levanto os olhos aos céus, olho para alua, fecho os olhos, e com um golpe surdo, o punhal e o meu coração se unem…
Caio sobre o chão… minhas dores partiram, o sofrimento que enchiam o meu ser partiu… e de alivio a minha alma parte…

Black Angel
21-11-08

anjo da noite


Anjo da noite
Desiludido com o mundo
Anjo da noite
Que ninguém entende

Sua alma imaculada
Com um manto negro
O mundo cobriu
E de tristeza se encheu

Sentimentos negros conheceu
Pela noite caminhou
E a espaça da vingança
Na suas mãos tomou

Pelo mundo caminhou
Procurando pelos infiéis
E com a sua espada
Erros quis reparar

Mas seu negro coração
Sua pureza não encontrou
O amor partiu
E nele o ódio se instalou

Sal espada vermelha
Aos céus mostrou
Dos céus olhos
Lágrimas escorreram

De sua boca um choro
De desespero saiu
Grita, chora, implora,
Arrebunha-se, martiriza-se

Anjo da noite
Anjo de dor
Anjo de sofrimento
Anjo de sangue

Sua espada elevou aos céus
A lua com um raio
A sua espada iluminou
Seu reflexo a escuridão calou

Suas mãos sabem que fazer
Seus olhos cerrou
Um som corta o silêncio
E de vermelho a noite se encheu

Seus olhos abriu
Seus lábios sorriram
Olhou para a lua
E com sussurro agradeceu

“Mundo cruel foste
Minha vida um inferno tornaste
Com tuas armas morri
E a ti te digo: OBRIGADO!”

Sobre o chão caiu
Com um sorriso na cara
Por a dor não sentir mais
Por o sofrimento não voltar a sentir

Black Angel
20-11-08

anjo solitario


Anjo solitário
Vagueando nos céus
Anjo solitário
Vagueando no mundo

Tu te renegaste
Por um mortal amares
Tu te renegaste
Por um pecado cometeres

Anjo solitário
A este mundo não pertences
Anjo solitário
Tuas asas cortaste

Tu te renegaste
Para teu amor entregares
Tu te renegaste
Para poder amares

Em mortal te tornaste
Para o amor sentires
Em mortal te tornaste
Par o pecado cometeres

Nova alma ganhaste
Para o amor sentires
Nova alma ganhaste
Para o pecado cometeres

Em mortal te tornaste
Para aos céus agradeceres
Em mortal te tornaste
Para o sofrimento conheceres

Nova alma ganhaste
Para de amor se encher
Nova alma ganhaste
Para de negro se vestir

Porque trato eu
Esse anjo por “tu”?
Porque trato eu
Minha vida assim?

Anjo solitário sou
Minha vida te entreguei
Reneguei meu mundo
Para contigo viver
Black Angel
19-11-08

quero escrever


Peguei no caderno e na caneta e sentei-me.
Fechei os olhos, e olhei para a minha alma.
Respirei fundo para sentir a vida, o vento veio acariciar o meu rosto, para demonstrar que estava viva… o sol com o seu raio cobriu o meu ser com o seu calor. A natureza une-se para me fazer sentir viva, a natureza une-se para me acordar deste pesadelo no qual vivo.
Lentamente os olhos abro, levanto o olhar ate onde cruzo as nuvens… vejo-as a deslizarem suavemente pelos céus, vejo-as a deslizarem ao sabor do vento. Com um ar mais forte, o vento faz me voltar a realidade.
Olho para o caderno, para esse folha branca, tanta coisa que há para escrever, mas as palavras não saiam. Queria dizer-te o que se passa no profundo do meu ser, não sei como transmitir…
Volto a olhar para o céu, o sol põe-se lentamente. O céu que era azul, vai ganhando tons vermelhos… o sol vai-se despedindo com raios de paixão. As nuvens que apenas deslizavam, vão ganhando agora tons escuros… o céu vai escurecendo, ganhado tons cinzentos dados pelas nuvens, o vento vai ganhando força… o calor que antes o sol me dava, foi substituído pelo frio da noite…
Dos meus olhos um lágrima cai… solitária, surgindo do nada, para no caderno ainda branco, morrer… essa lágrima, único sentimento que o meu corpo transmite para o caderno, nem uma única palavra pode justificar essa lágrima, apenas ela!...
A natureza se pôs em sintonia com a minha alma, pois dos céus gotas caiem, para na terra virem morrer…
O caderno fecho, a caneta arrumo, e depressa me levanto procurando por um abrigo… assim como fujo da chuva, meus sentimentos fogem da caneta e do caderno, procurando dentro de mim, um recanto onde se possam sentir seguros, de onde ninguém os possa tirar, magoar, e matar…

Black Angel
19-11-08

domingo, 16 de novembro de 2008

desgosto







Que maior desgosto pode dar o corpo a alma
Quando o coração quer chorar e a cara sorrir

Que maior desgosto pode dar o corpo a alma
Quando o coração quer gritar e a boca em silêncio permanece

Que maior desgosto pode dar o corpo a alma
Quando de negro se veste para a luz escurecer

Que maior desgosto pode dar o corpo a alma
Quando a alma quer morrer e o corpo viver

Neste paradoxo de sentimentos vivo
Por no saber à quem agradar

Neste paradoxo de sentimentos vivo
Por eu não ser o que sou

Minha imagem tive que modelar
Para aos olhos dos outros ser aceite

Minha imagem tive que modelar
Para minha essência renegar

Minha vida não me pertence
Pois minha alma frustrada vive

Minha vida não me pertence
Por este mundo não ser o meu

Minha vida foi me dada
Para a outros servir

Minha vida foi me dada
Para um fardo suportar

Nesta agonia de sentimentos vivo
Por não me poder revelar

Nesta agonia de sentimentos vivo
Por querer e não ser capaz

Minha alma está recalcada
Por todos aqueles que me rodeiam

Minha alma está recalcada
Por ser de pura inocência

Que maior desgosto pode dar alma ao corpo
Quando chora em silêncio para iluminar o rosto com um sorriso

Que maior desgosto pode dar alma ao corpo
Quando grita em silêncio e de minha boca apenas murmúrios saiam

Que maior desgosto pode dar alma ao corpo
Quando sua chama se extingue e de frio se repleta

Que maior desgosto pode dar alma ao corpo
Quando morre e de desgosto vive o corpo

Que maior desgosto me posso dar a mim mesma
Quando estou viva e quero estar morta

Por a este mundo não pertencer e nele não me sentir bem
Por minha natureza rebelde como uma erva daninha ser vista

Que maior desgosto posso dar ao mundo
Para alem de eu ser eu?...


Black Angel
14-11-08

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Rosa Negra




Numa roseira, rosas vermelhas nascem
Umas com esplendor
Outras discretamente
Mas com uma cor viva,
A roseira iam enchendo…
No meio dessa vermelhidão
Um botão negro surgiu
Triste e solitário…
Cuidadosamente foi crescendo
Com brilho se desenvolveu
E depressa,
Essa marca negra se destacou…
Com inveja,
As outras rosas
Suas pétalas abriram
Para a rosa negra taparem…
Um dia, a negra rosa
Desabrochou,
E com um brilho próprio
Iluminou a roseira…

Rosa




No meio das silvas,
Uma flor nasceu
No meio dos espinhos
Uma rosa surgiu

Com amor nasceu
Com força crescer
Sua beleza escondeu-se
Sua luz fugiu

Um ser delicado
No meio da dor
Um ser belo
No meio do desprezível

Ao seu pé forte
As silvas se enrolaram
Com sua força
A rosa quiseram matar

Sua beleza sufocaram
Sua luz taparam
Sua força enfraqueceram
Sua vida quiseram tomar

Mas, uma luz forte surgiu
Com esplendor
A rosa desabrochou
E das silvas se soltou

rejeiçao




De anjo me intitulo,
Mas no mundo dos mortais vivo
Em anjo me vejo, e anjo me sinto
Que maior castigo, um anjo pode ter,
Do que viver, no meio dos mortais...
Anjo rejeitado me sinto...

Aos Céus subi,
Nos Céus vivi,
Dos Céus fui expulsa,
Por à mortal,
Meu amor querer entregar...

Banida dos céus fui,
Ao Inferno desci,
Exílio, meu destino era...

Minhas asas escureceram
De sangue se mancharam
Meu coração martirizou-se,
Mas minha alma, aos Céus pertencia.
Minha alma pura e inocente ficou

Do inferno me baniram,
Por minha alma,
Não lhe pertencer...

Para o mundo dos mortais me mandaram
Minhas asas cortaram...
Minha vida, um castigo tornaram,
Pois nos Céus não posso estar
E no Inferno não me querem...

sem titulo




Como o sol que desperta todas as manhas
Enchendo o mundo de luz e calor
O teu olhar desperta em mim
Vontade de ver a vida
Como a lua que guia os perdidos na noite
A tua voz guia-me até ti

E como o amanhecer
Em que a lua se vai
Para o sol nascer
A tua voz se cala,
Para com os teus olhos
Dizer que me amas

E eu, com o anoitecer,
Fecho meus olhos,
E selo este amor com um beijo

Anjo




Num mundo onde todos andam
Sem nunca olhar para os outros
Num mundo onde a inveja é rainha
Num mundo em que não se estende a mão

Uma criança, que todos quiseram corromper
Num anjo se transformou,
E aos céus quis subir...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

voz da noite




A noite, essa conselheiro,
Conselheira dos perdidos,
Conselheira dos confusos…
A noite me fale,
A noite me compreende…

À noite eu sou eu
À noite tu surges
A noite em ti encontrou a voz
Encontrou a voz
Que fala à minha alma
A voz que fala ao me coração

A noite me aconselha através de tua voz
A tua voz ilumina a noite
Com um raio de luar
A tua voz ilumina o meu ser,
Ilumina a minha alma,
Ilumina o meu coração

A noite me guia, tu me guias
Não me fugas!
Noite eterna foi a minha vida,
E noite eterna poderia ser,
Para tua voz ouvir sem fim…

lago das magoas




Ouve-se um choro,
Um choro musical,
Procura por quem chora,
Procuro na lua e nas estrelas,
No ar…

Procura por entre as arvores,
Por entre as flores,
Nada vejo…

Caminho na escuridão,
O som das lágrimas intensifica-se,
Olho ao meu redor,
Não vejo ninguém,
Não vejo nada…

A musicalidade das lágrimas
Chama-me…
Minha cabeça não sabe
Que fazer…
Caminho perdida na floresta…

Vejo um lago…
O som do choro aumenta
A medida que me aproximo do lago…
Desesperadamente procuro por quem chora,
De espanto,
Não vejo ninguém…

Aproximo-me do lago,
Inclino-me,
Olho para a agua…
De sobressalto, caio…
Olho novamente
E vejo…
Quem estava a chorar…
Era eu…

sem titulo




Que ser celestial sou?
Que sofre no seu castelo de nuvens?
Onde os ventos se calaram,
Onde as portas se fecharam
E nunca mais abriram?
Que prisioneira sou?
Que amaras divinas me prendem,
Que cadeados demoníacos me aprisionem?

Minhas asas quis abrir,
Minhas asas me cortaram,
Minha liberdade me foi roubada,
Com ela minha vida me tomaram.

Meu coração chora,
Meus olhos nada dizem,
Minha boca calada está
Meu corpo sofrido,
Repleto de feridas,
Sangram…

Com meu sangue,
Palavras escrevi ao vento,
Palavras aos céus…
Dor, sofrimento, solidão…
Sentimentos amargos,
Sentimentos negros…

Minha boca foi cozida com medo…
Com um grito profundo
Rompo esses fios que me calaram…
Mas de minha boca nada sai,
Nem uma palavra,
Nem um som, nada…
Um grito de silencio,
Um grito de anjo…

Sangue…
De sangue o meu ser é feito,
Minhas asas puras e imaculadas
Ensanguentadas estão...
Dor e sofrimento transmitam…
Quero voar mas não posso…

Meu ser preso está,
Quero e não consigo,
Consigo e não posso,
Posso e não quero…

interlaçados


Um corpo adormecido esta junto ao teu,
um corpo que no mundo dos sonhos vagueia,
um corpo que quer ser teu...
teu corpo junto ao dele esta,
teus braços abraçam-no,
tua boca suavemente beija seu pescoço,
tuas mãos percorrem esse corpo...
esse corpo junto ao teu desperta,
com um sorriso acorda,
seus olhos lentamente vão abrindo,
suas mãos nas tuas estão,
um beijo sobre os teus lábios coloca... j
unto a ti...
estou...
entrelaçada no teu corpo,
o sol testemunha nosso amor,
e num momento de êxtase supremo,
esses dois corpos num se juntam,
apenas uma respiração,
apenas um coração,
apenas tu e eu,
apenas nos...

Mulher Selvagem




No céu negro, a lua cintila como um diamante, sua luz penetra no meu ser, e com uma mão fria, arranca da minha alma, o meu mais profundo grito, e como um lobo que uiva seu amor a lua, por ti grito toda a minha paixão… a lua vai subindo no firmamento, e meu clamor vai-se propagando pela escuridão… a lua chama por mim, minha alma evade-se, um ser selvagem do meu corpo sai, um uivo ecoa no silencio da noite, a lua fria e sem piedade por minha alma puxa, e com um clarão de luz meu ser em dois se divide… meu corpo enfraquecido sobre o chão cai… junto a esse corpo inerte, um animal se encontra, seus olhos cintilam, sua pelagem reluz, e de tristeza um uivo solto, uma lágrima de meus olhos cai, para no rosto gélido cair, para como com um beijo me despedir desse corpo que fora o meu…

Calor




Em minha cama me deitei,
Meus olhos cerrei,
Meu corpo se esvaziou,
Meu coração se libertou...

Em mundos meus vaguei,
Em palácios de sonhos reinei
Em reinos de ilusão vivi...

Nesse mundo meu,
Uma névoa me envolve,
Uma brisa me aquece,
Um sol me refresca...

Nesse mundo
Um corpo junto ao meu está...
acordo... meu sonho desaparece...
Olho em meu redor, nada vejo,


Minha mão percorre a cama
Procurando por um sinal desse sonho
Apenas encontro um calor
Que não é meu...

Meus lábios sorriam,
Minha alma renasce...
Na cama me volto a deitar,
Meus olhos volto a cerrar...

Minha alma permanece,
Meu coração palpita
Esperando pelo sonho...

Uma mão invisível acaricia meu rosto,
Um beijo em meus lábios cai...
Sinto um calor que percorrer meu corpo...
Agora sim posso dizer:

TU ESTÁS JUNTO A MIM...
By: Angelina Calhabrês

Rosa



Tuas palavras acariciam meu ser,
Tua voz acalma minha alma,
Teu ser toca meu coração,
Tua alma invade minha cabeça,

Nessa guerra de seres
Uma rosa nasce
Sem saber
De quem será...
By: Angelina Calhabrês

Noite




Na noite fria e calma,
Uma rebelião de luz ilumina a noite...

Na noite fria e calma,
Um calor atormenta o meu ser...

Nessa noite fria e calma,
Meu ser desperta...

Nessa noite fria e calma,
Minha alma vive...

Nessa noite fria e calma...

Nessa noite fria e calma,
Com minhas asas cobri teu ser,

Para numa noite quente e tumultuosa transformar...
By: Angelina Calhabrês

Libertação







Calmamente o sol se pôs
E com fúria o vento chegou...
A noite fria acordou,
E minha alma adormecida acorda...

Com receio
Os olhos vou abrindo,
Com medo da cama saio,
Com cuidado as janelas vou abrindo...

A lua com ar maroto me olha,
As estrelas vão me sorrindo...
O vento beija o meu rosto gélido,
A chuva molha o meu corpo sofrido...

Devagar caminho pela noite,
Com um suspiro mudo corto o silencio do riso das estrelas,
E com um grito que só eu oiço,
Minha alma sofre...

Devagar caminho pela noite,
Iluminada pelo luar
Que guia os passos tímidos,
E para a morte caminho...

Devagar
Minhas asas negras se libertam
Das amaras da vida,
Desses cadeados do "homem"...

Uma luz me envolve,
Um calor invade a minha alma,
Sinto que nada sinto
Sinto que sou o que não sou...

Da prisão da vida efémera me libertei,
Para à vida eterna me entregar...
Minhas asas purificadas abro,
E pelos céus voo,
Respirando liberdade e paz...

By: Angelina Calhabrês
31.10.08

Criança






Lembro me de uma criança que brincava sozinha que inventava historias de encantar nas quais os amigos eram uma realidade, lembro me de uma criança que tinha apenas por amigas quatro paredes de um quarto e meia dúzia de bonecas, lembro me ainda das lágrimas que nasciam nos seus olhos e deslizavam por seu resto morrerem na sua pequena boca, lembro me das juras feitas aos céus para trazerem uma amigo, uma companhia, dos pedidos diários para não estar só, lembro me dos seus ombros pequenos e estreitos transportarem fardos pesados, lembro me de como essa criança cresceu só e abandonada por todos? Esta criança sofreu sozinha e em silencio? Essa criança era eu? e ainda hoje lágrimas escorrem pelo meu rosto sofrido para morrerem numa boca que grita de dor por ter como único companheiro a escuridão da noite?
By: Angelina Calhabrês

anjo negro





Eis que surge,
esse anjo negro, solitário,
que percorre a noite procurando
pelo luar os olhos daquela
que o fará voltar
a olhar para a luz da lua
sem medo daquilo que lá encontrará.

Tu, anjo solitário,
invadiste meu reino,
nele entraste sem pedir,
em quantos mais reinos entrarás?
Quantos corações despedaçarás?
A ti entrego a minha alma,
a ti entrego o meu ser,
mas não serei aquela
que te fará reencontrar a luz
que te iluminará…
By: Angelina Calhabrês

senhor das trevas é teu nome




Que ódio trazes na tua alma?
Que nuvem de mistério te envolve?
Tantas perguntas sem respostas?
Senhor das trevas é o teu nome?

Anjo negro e solitário
Que vagueia pela noite
Procurando reconforto
Tu, que outrora,
Puro e imaculado
Esvoaçavas neste mundo
Trazendo alegria?
Senhor das trevas é o teu nome

Que nuvem negra
Escureceu o teu coração?
Que demónio
Se apoderou de tua alma?
By: Angelina Calhabrês

Bom Dia






Com ar envergonhado, o sol vai entrando pelo meu quarto,
Com uma leve brisa, o vento beija o meu rosto,
Com perfume das rosas, a terra me presenteia,
Com uma gota de orvalho, a agua me refresca,
Nesta sintonia perfeita de elementos,
O mundo acorda para o dia...
By: Angelina Calhabrês